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Sobre transtornos alimentares e suicídio: um paralelo entre To The Bone e 13 Reasons Why

Pois é, eita tema desconfortável, né? Mas acho super importante colocar esse post aqui.

Primeiro quero dizer que fiquei extremamente tocada quando vi tanto o filme quanto a série. Lembrei de quando tive que ler um livro sobre anorexia na faculdade, um tema que mexe muito comigo mas que sempre tive intensa curiosidade de trabalhar em diversos momentos, inclusive na minha monografia da graduação. E, claro, lembrei da minha fase adolescente apocalíptica e meus problemas que pareciam ser o fim do mundo.

Bem, na verdade o que venho expor aqui é um paralelo que podemos traçar entre ambas as obras. E o que podemos aprender com isso.

Para começar, o filme To The Bone (O mínimo para viver, disponível no Netflix) tem um papel muito importante para alertar as pessoas, adolescentes, crianças e pais sobre os transtornos alimentares (TAs) e suas nuances.

Quem desenvolve um TA tem algumas características em comum, como distorção pela própria imagem, obsessão pela perfeição, vício pelo controle e, geralmente, referem que não se sentem doentes e tem argumentos prontos na ponta da língua: "todo mundo fala que ser magro é mais saudável", disse a protagonista do filme, que desenvolveu anorexia, para o seu psiquiatra.

A busca por um gatilho ou motivo específico para o aparecimento do transtorno muitas vezes é uma batalha perdida, uma vez que a origem da doença se dá de uma forma multifatorial, ou seja, inúmeros são os causos, traumas, grandes ou pequenos, recentes ou antigos. Porém, em muitos casos, eu acho extremamente válido investigar alguns desses fatores que podem ter iniciado um comportamento de anorexia, bulimia ou compulsão. Entendendo e dissolvendo os acontecimentos podemos beneficiar o tratamento.

Ser julgado nunca é bom para quem tem um TA. Para as pessoas que estão de fora, muitas vezes colocar em questão a simplicidade do ato de comer para quem tem anorexia pode só piorar. O que quero dizer com isso é que a ausência de julgamento é o primeiro passo para o início de uma conversa. Uma pessoa que tem um TA não tem uma relação leve, muito menos prazerosa com a comida. Portanto, para ajuda-la, temos que tentar nos colocar no lugar dela e entender um pouco de como ela enxerga o que, para nós, é simples: comer. Por isso, o acompanhamento profissional de pessoas capacitadas é essencialmente importante.

Bem, vamos passar agora de TAs para outro tema relevante: suicídio, abordado na série 13 Reasons Why, também do Netflix.

Na série, o motivo pelo qual Hannah, a personagem principal, opta por tirar sua vida não foi um TA, mas sim o bullying que ela sofria com certa frequência na escola.

Foi aí que eu tive inúmeras discussões com diversas pessoas. Para umas, os motivos, as 13 razões, não foram suficientemente ruins para chegar ao ponto de se matar. Outras pessoas se identificaram com a série e refletiram que tiveram sorte por conseguirem lidar com situações semelhantes, passando por essa fase mais numa boa. E outras pessoas passaram por isso e tiveram o mesmo final.

O ponto em questão não é se Hannah estava certa ou errada, se ela é vítima ou se os amigos são culpados, ou vítimas. O ponto é, assim como o filme sobre TAs, a série é um alerta. Não precisamos deixar que pessoas cheguem nesse ponto.

Lembra do que eu escrevi um pouco acima: "a ausência de julgamento é o primeiro passo para o início de uma conversa"? Exatamente.

Você nunca sabe o real efeito do que você fala ou faz para outra pessoa. Você não sabe o que ela está passando e a outra pessoa também não sabe o que você está passando.

O bullying pode ser resultado de uma fala ou uma ação que nenhuma das partes tem conhecimento da essência daquele ato. Por exemplo: um menino espalha uma fofoca sobre uma menina. A menina já estava traumatizada por outras fofocas. O menino está com problemas com a família e por isso se tornou agressivo. Quem é a vítima ou o culpado nessa história?

Vamos cultivar a cultura do clichê "faça com os outros o que você gostaria que fizessem com você". Julgue menos e crie mais empatia. Ao menos esteja aberto para ouvir palavras que não são as suas.

Ninguém precisa estar sozinho nessa. Quanto mais falarmos dos nossos sofrimentos, menos eles deixam de exercer poder sobre nós.

Então, te faço um convite: que tal iniciar uma conversa com alguém hoje? Seja para curar ou ser curado. Vá de coração aberto. <3


Precisa de ajuda? Aqui vão alguns links úteis:

Site da jornalista Daiana Garbin sobre TAs e imagem corporal: http://www.euvejo.vc

Grupo Especializado em Nutrição e Transtornos Alimentares: http://www.genta.com.br

Centro de Valorização da Vida: http://www.cvv.org.br/index.php

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