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O Congresso diz: pizza é um vegetal

A obesidade é uma epidemia real, mundial e muito preocupante. Nos últimos 25 anos, o número de crianças obesas subiu de 1 em cada 20 para 1 em cada 5. Pela primeira vez na história, as pessoas irão morrer de excesso de peso e não de fome. Pois bem, o enredo do documentário "Fed Up" (algo do tipo "farto", "de saco cheio") conta muito sobre a relação da indústria alimentícia com o aumento constante da obesidade.


Já comecei ficando chocada com o relato sobre a parceria (absurda) entre a Associação Americana de Médicos da Família e a super miga Coca-Cola. Estudos foram financiados para provar que bebidas açucaradas não contribuem para o aumento da obesidade. E aí você sente aquele cheiro de mutreta no ar... Após o anúncio da parceria, 20 médicos renunciaram na hora os seus cargos.

Ainda dentro desse assunto, há um IMPERDÍVEL trecho de entrevista com o médico David Allison (diretor do Centro de Pesquisas em Nutrição e Obesidade da Universidade do Alabama), acusado de receber mais de 2,5 milhões de Dólares de empresas de bebidas (entre elas as nossas migs Coca e Pepsi). É impagável a reação do amigo quando questionado se refrigerante contribui para o aumento da obesidade. Ele disse que não, afinal, consumidor é tudo trouxa e eu quero é ficar rico, né?!

Também fazem parte do roteiro relatos de crianças obesas mostrando a dificuldade de emagrecer, com medo de ter um ataque do coração e morrer. Bem tocante. Elas até querem, sabem que tem que fazer isso pela saúde delas. Mas, entre outros fatores, citam que os ambientes que frequentam (escolas, principalmente) não são nada favoráveis para quem quer ser mais saudável.


Pois então, eis e seguinte reflexão: revistas, televisão, indústria alimentícia, governo, programas de entretenimento... Todos, TEORICAMENTE, querendo e oferecendo ajuda às pessoas obesas. Como isso AINDA é uma epidemia mundial? Surgem soluções todos os dias. Menos calorias, menos gordura, menos açúcar... Mas as crianças (e os adultos) continuam engordando. Isso não faz o menor sentido. Ah, sim, faz sentido quando pensamos que um indivíduo saudável não dá lucro para as Big Companies (vide o texto Ser Nutri).

Aí vai outra reflexão: Caloria é tudo igual? Não! Nosso corpo aproveita de diversas formas as calorias provenientes dos diferentes alimentos. Esse princípio, por si só, já melhoraria a saúde de muita gente. É preciso INFORMAÇÃO! 100 calorias de frutas NÃO SÃO IGUAIS à 100 calorias de refrigerante. Chega de contar calorias people, vamos olhar para a qualidade do que estamos comendo.

Por essas e outras, a falsa ideia de que a culpa de serem obesos é deles próprios é absolutamente absurda. "Comem demais, se exercitam de menos", essa é a resposta automática. E não é bem assim...

A ciência mostra que as drogas tem um efeito no cérebro para que a gente queira sempre mais. Hoje, já sabemos que a indústria alimentícia pode deixar a comida processada "hiper-palatável", agindo igual às drogas, nos deixando viciados.


O vício em comida existe, e ele nos deixa cada vez menos racionais na hora de escolher um alimento. Os relatos das crianças mostram bem isso. É difícil ver a comida e não comer. Já somos viciados desde pequenos. Não tem nada a ver com força de vontade.

Pra completar, vivemos literalmente bombardeados com estímulos visuais, cores, purpurinas, celebridades e personagens infantis relacionados às marcas, tudo envolvendo o entretenimento e vendendo a falsa sensação de felicidade.

A indústria alimentícia é poderosíssima (e cabe acrescentar, nojenta também). Há muito dinheiro envolvido. E o governo (dos EUA, no caso do documentário) é complacente, para não dizer cúmplice. Quem, em sã consciência, pode dizer que PIZZA é VEGETAL?!?! Pois é, o Congresso Americano decidiu contar pizza como porção de vegetal por causa do molho de tomate. Tirem suas próprias conclusões sobre isso.

Até foi citado o esforço da senhora Michelle Obama para mudar esse cenário. Porém o programa "Let's Move" perdeu um pouco de credibilidade ao se unir com empresas, tipo a nossa super miga Coca, para um acordo. Aí não né Mimi...

Bem, eu poderia escrever uma tese sobre esse documentário que faz um FAVOR pra nossa sociedade dizendo todas essas coisas. Mas o mais importante é ir plantando e cultivando novas ideias, reflexões e pensamentos sobre a relação da obesidade com a indústria alimentícia. Tá disponível no Netflix e no YouTube, assistam!

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